Na noite em que Max vestiu o seu fato de lobo
e começou a fazer travessuras a torto e a direito,
a mãe chamou-lhe: - MONSTRO!
E Max respondeu-lhe: - VOU-TE COMER!
Então ela mandou-o para a cama sem jantar.
Naquela mesma noite, no quarto de Max
surgiu uma floresta que cresceu...
Esta obra, publicada pela primeira vez em 1963, suscitou certa
polémica pelo tratamento nada exemplar para com as crianças,
mas tornou-se num clássico da literatura infantil e juvenil e num
referente imprescindível do seu género.
Não só obteve a Medalha
Caldecott (1964) e o American Book Award, como também foi
eleito pelo "The New York Times Book Review" como um dos
melhores livros ilustrados; desde então foi traduzido em inúmeras
línguas e tornou-se num dos títulos mais vendidos de sempre.
Castigado por causa das suas travessuras, sendo mandado para
o quarto sem jantar, Max empreende uma viagem simbólica a
partir daí até um lugar fantástico, atravessando um tempo mítico
e enfrentando os seus próprios medos. Depois de se tornar no
rei de uns monstros tão ferozes como insinuantes, regressa ao
ponto de partida, onde o aguarda o jantar.
Uma viagem de ida e
volta, pelo tempo e pelo espaço, da realidade à ficção, sem que
nada nem ninguém explique se essa metamorfose foi produto de
um sonho ou de uma fantasia.
"Onde vivem os monstros" é um paradigma do álbum ilustrado pela sua perfeita conjugação entre palavra e
imagem; uma história poética e singela, narrada com humor, com total economia expressiva e absoluta
harmonia entre texto e imagem. Tudo se conjuga neste livro, pensado artisticamente até aos mais ínfimos
detalhes: o jogo com a diagramação, o formato, a atmosfera quase mágica que cada página destila, a tensão
do argumento e a combinação de palavras, sons e repetições.
Assim, o tamanho das ilustrações segue 'in crescendo', à medida que o protagonista avança pelo mundo
onírico, e as ilustrações ocupam a totalidade da página quando a história atinge o seu clímax e diminuem
consoante Max vai voltando ao plano da realidade.
KALANDRAKA