Algures, num cantinho no mar, vivia um cardume
de peixinhos.
Eram todos vermelhos, exceto um deles,
que era tão preto, como a casca de um mexilhão.
Nadava mais depressa do que os seus irmãos e irmãs
e chamava-se Nadadorzinho...
A história de Nadadorzinho, como a de qualquer outro livro
de Leo Lionni, convida a refletir sobre a valiosa lição de vida
que aí subjaz.
O valor da diferença e o respeito que se deve
a quem - por razões culturais ou simplesmente por ter
um aspeto físico diferente - não partilha certas características
comuns reflete-se logo nas primeiras páginas deste grande
clássico da literatura infantil de todos os tempos.
A superação dos próprios medos, a força de vontade
para desfrutar do que nos rodeia, apesar das adversidades
que se nos apresentam, e a solidariedade para com os nossos
semelhantes também são tratados nesta narrativa de grande
qualidade estética, feita de frases curtas e de figuras retóricas
subtis e sugestivas.
E, como leitmotiv da obra, uma mensagem
para os leitores: a união faz a força.
É também de destacar a original proposta estética de Leo Lionni
patente neste álbum que, apesar de datar de 1963, e tal como
o resto da sua obra, preserva ainda uma enorme frescura
e atualidade.
Com uma técnica semelhante à das "manchas
de cor", recria um universo marinho dotado de movimento
e riqueza cromática