A minha avó dorme.
A minha avó dorme o dia todo.
A minha avó dorme o dia todo, desde há um mês...
"A avó adormecida" apresenta com sensibilidade, ternura
e proximidade, a estreita relação entre um menino e a sua avó,
que fica doente.
O tom poético do texto é complementado
pelas ilustrações simples à base de cores suaves feitas com lápis,
aguarela e pastel.
De destacar ainda é a subtileza
com que Roberto Parmeggiani - evocando a sua própria memória
sentimental - narra o processo da doença, desde o momento
em que os protagonistas partilhavam tempo, leituras e afeto,
quando a enfermidade ainda não se tinha manifestado;
passando pelos primeiros sintomas e pela letargia do sono
irreversível que o neto compensa com a sua companhia;
até um desenlace em formato de conto... João Vaz de Carvalho
recorre a belas metáforas visuais para representar o fluir
do tempo, a perda, a ausência e a recordação.
Esta narrativa atemporal transcorre num ambiente familiar,
longe do ambiente frio e impessoal de hospitais e lares.
Transmite emoção, serenidade e amor. É uma sincera homenagem
a uma figura fundamental na infância de qualquer ser humano:
as avós e os avôs.